sábado, 5 de junho de 2010

A DOCE SENTINELA DA POESIA PERNAMBUCANA



Nos anos de 1950, Jose Simeão Leal diretor da coleção “Cadernos de Cultura”, publicados pelo antigo MEC, incluiu na coleção pequenos livros intitulados”50 Poemas Escolhidos pelo Autor”. O primeiro nome a fazer parte dessas publicações foi Manoel Bandeira, seguido entre outros por Carlos Drummond de Andrade e Lêdo Ivo. Em homenagem a essa idéia formidável do professor Simeão Leal, as Edições Galo Branco, uma editora carioca reviveu a mesma iniciativa com direção de Waldir Ribeiro do Val. A 43ª a ser contemplada a fazer parte desse evento foi Lourdes Sarmento. Antes o único nome da literatura pernambucana que fez parte foi Vital Corrêa de Araujo.

Na orelha, Amilcar Doria Matos, da Academia Pernambucana de letras, é feliz em afirmar:

“Mas é que ela não se detém na contemplação e na interiorização da beleza captada. Ela realiza.”

Já na quarta capa Sebastien Joachim é afirmativo em dizer:

“...Estou convencido de que ela é um dos mais seguros valores poéticos da passagem do Milênio.”

O livro em questão ganhou o Prêmio Carlos Ribeiro, da UBE-RJ/ 2009. É impressionante o poder de que a poetisa tem em bailar com as palavras, criando uma harmonia com o que quer nos transmitir. Vejamos quando ela nos fala do objeto tão querido, o livro:

“os livros dominam

os quartos, as gavetas

não são hóspedes

são vozes silenciosas

identidade registrada

do canto da vida

corpo e alma

da palavra”

Como uma maestrina perfeccionista, ela comanda o símbolo maior, a palavra, as conduzindo na formação da poesia. Lourdes é membro efetivo da Academia Recifense de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste. Pertence ao quadro de associados da UBE-PE entre outras entidades literárias. Mas acima de tudo ela é amiga daquele que quer fazer o bem em relação à literatura pernambucana; seja o consagrado ou o novo. Transmite ser uma pessoa iluminada, que com um sorriso meigo e uma poesia que se faz forte em sua sofisticação, constrói uma obra literária que já esta cravada em todo o sempre na arte de se fazer um poema.

A capa do livro se faz em tons lilás, com uma pequena foto em preto e branco da poetisa, e no conteúdo uma poesia que nos faz bem.

Cássio Cavalcante

Quarta-feira de cinzas, fevereiro de 2010.

Um comentário:

  1. Prezado Cássio Cavalcante, recebi de "Trilhas literárias",uma entrevista sua, com Cláudia Cordeiro. Peço-lhe permissão para repostá-la no meu site/blog www.ritissima.com.br, com a referência de origem. Como gostaria, também, de postar "A doce sentinela da Poesia Pernambucana", visto que já conheço algumas poesias de Lourdes Sarmento. Devo salientar que durante esta semana, o meu site se dedicará à poesia de vários autores. Sou escritora (romance/ficção) e rabisco alguns versos. Visitei o seu site rapidamente, mas vou retornar a qualquer momento. Aguardo a sua resposta. Abraços, Rita de Cássia Amorim Andrade - ramorimandrade@bol.com.br (Teresina-PI).

    ResponderExcluir